Bancários
de todo o Brasil realizaram assembleias ontem para aprovar a realização de
greve por tempo indeterminado, a partir do dia 18 deste mês, a próxima
terça-feira. No Rio Grande do Norte, uma possível paralisação atingirá a bancos
públicos e privados e deverá comprometer serviços como contratação de
empréstimos e operações "na boca do caixa". Apenas compensações de
cheques, documentos e títulos não seriam afetadas, diz a coordenadora geral do
Sindicato dos Bancários do RN, Marta Turra.
A
pauta de reivindicações da categoria possui cerca de 100 pontos, entre
econômicos, sociais, sindicais e relativos a condições de trabalho. A lista foi
entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e aos bancos públicos no dia
1º de agosto. Desde então, quatro rodadas de negociação foram realizadas, sem
avanço nas contrapropostas. "Eles só ofereceram um índice de reajuste de
6%, distante do que reivindicamos, e nenhuma outra reivindicação foi atendida",
afirma Marta.
No
próximo dia 17, segunda-feira, novas assembleias serão realizadas pelos
sindicatos. A ideia é avaliar eventuais novas propostas esperadas até lá ou
confirmar a paralisação para o dia seguinte. "A greve é nosso último
recurso. Todos os anos tentamos negociar, mas infelizmente o governo não
negocia", acrescenta a sindicalista.
REIVINDICAÇÕES
Nacionalmente,
os bancários reivindicam participação nos lucros e resultados das instituições
financeiras, reajuste de 10,25% e reposição salarial. "Temos uma defasagem
salarial de 90%", diz Marta Turra. A categoria também pede a realização de
concursos públicos e garantia de jornada de trabalho de seis horas - há casos,
afirma Marta, em que a jornada chega a 12 ou 14 horas.
De
acordo com a sindicalista, bancos privados estariam demitindo funcionários e o
resultado disso seria o tempo de espera
excessivo dos clientes nas filas. Nas instituições públicas também há, afirma,
déficit de pessoal. "Não há gente suficiente para trabalhar".
Entre
ativos e aposentados, há cerca de 4,6 mil bancários no Rio Grande do Norte. No
estado, a greve foi aprovada em assembleia no último dia 5. Se as negociações
não avançarem até o dia 17, apenas 30% dos serviços deverão funcionar a partir
do dia 18 nas agências. Entre os canais de atendimento alternativos, a
população poderá contar, para alguns serviços, com caixas eletrônicos e a
internet.
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