Hoje,
terça-feira, dia 2 de abril, acontece o início das comemorações do cinquentenário das "40 horas de Angicos" nesta data, há 50 anos atrás eram entregues os diplomas da
primeira turma que foi alfabetizada pelo método Paulo Freire, e que exatamente
hoje completa meio século.
O
método de alfabetização foi pensado e estruturado pelo educador pernambucano
Paulo Freire, testado em Angicos, e tinha um objetivo ousado: alfabetizar
adultos de forma rápida e barata.
E
o primeiro passo era o de catalogar as palavras usadas pelo grupo de alunos,
pois essas embasariam as aulas.
Dessa
vez, sem a presença da presidenta Dilma Rousseff, que cancelou a vinda, a
comemoração da data será bem mais singela que o evento montado no dia da
formatura em 2 de abril de 1963.
Há
exatamente cinquenta anos, na solenidade estavam presentes o presidente da República,
João Goulart, o governador do RN Aluízio
Alves, o secretário estadual de Educação, Calazans Fernandes, ministros de Estado, governadores do
Nordeste, os 12 monitores do projeto – entre os quais o advogado
Marcos Guerra –, os 300 alunos e suas famílias.
No
grupo das autoridades uma presença chamava a atenção.
Fardado,
lá estava o general Castelo Branco, que um ano após aquela aula de conclusão de
curso assumiu a presidência da República com o golpe militar de 1964. Ele não
fez pronunciamento público no encontro, mas disse a Calazans Fernandes que o
projeto estava “engordando cascaveis”. Um ano depois, um dos atos de
Castelo Branco após sua posse foi o de desarticular o grupo do educador
Paulo Freire, que foi preso e exilado. O advogado Marcos Guerra, coordenador do
projeto de Angicos, também foi preso e exilado.
Com
a prisão dos educadores e a desarticulação do grupo, o projeto foi impedido de
ser expandido no Brasil e as primeiras experiências do RN foram extintas.
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