Irritada com as críticas da
oposição quanto ao anúncio de reajuste do Bolsa Família feito pela presidente
Dilma Rousseff em pronunciamento no rádio e na TV, a ministra do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campelo, disse nesta
sexta-feira que quem fala mal é leviano, irresponsável e não sabe fazer conta.
Ela explicou que a fórmula utilizada para aumentar em 10% o benefício não leva
em conta puramente a inflação brasileira, mas segue critérios técnicos da
Organização das Nações Unidas (ONU). Ela disse não aceitar insinuações de que o
anúncio, feito a dois meses do início da campanha, seja eleitoreiro.
— Estranho é criticarem, mas
temos que comemorar que as pessoa estão finalmente preocupadas com os pobres. A
gente não pode ser leviano de ficar fazendo conta errada. Nós estamos usando o
critério que nós sempre utilizamos. Por que vão questionar agora? Esse
questionamento é que é eleitoreiro — reagiu.
Ela pontuou que desde que
Dilma assumiu a presidência, várias mudanças foram feitas no programa, como a
criação de uma linha de pobreza extrema de R$ 70 com base na qual o governo
complementaria a receita per capita para tirar a família dessa situação; a
ampliação do número de filhos considerados no cálculo do benefício e a inclusão
de famílias com adolescentes entre os receptores da bolsa. Juntos, os reajustes
somam mais de 40%, disse a ministra.
— Somados todos os ajustes dá
mais de 40% nos valores do benefício médio do Bolsa Família — garantiu.
A partir de 1ª de junho, o
benefício médio passará a ser, segundo Tereza, R$ 167, ante R$ 94 concedidos
quando Dilma assumiu. E a linha de pobreza extrema sobe de R$ 70 para R$ 77. A
ministra informou ainda que a medida significará um gasto extra de R$ 1,7
bilhão este ano e cerca de R$ 2,7 bilhões em 2015. Esses investimentos já
estavam previstos no Orçamento deste ano, disse.
— Nós vamos continuar
defendendo o Bolsa Família, essa é a orientação da presidenta. Não agora às
vésperas da eleição, mas ao longo dos últimos três anos e meio. Agora às
vésperas da eleição é que tem gente que está lembrando de discutir o Bolsa
Família. Mas tinha que fazer isso aprendendo a fazer conta direito — encerrou
Tereza na entrevista que deu a jornalistas no Palácio do Planalto.
O Globo
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